Acusado estava conduzindo uma BMW e atropelou e matou uma manicure em BH
O juiz sumariante do 2º Tribunal do Júri da Comarca de Belo Horizonte, Roberto Oliveira Araújo Silva, recebeu, na tarde desta terça-feira (11/11), a denúncia contra um advogado acusado de, na condução de um automóvel BMW, atropelar e matar uma manicure, por volta de 1h, do dia 28/2 de 2022, na altura do nº 4.871 da avenida Raja Gabáglia, no bairro Santa Lúcia.
Ele vai responder pelos crimes de homicídio qualificado e embriaguez ao volante.
Segundo a denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), no dia dos fatos, a vítima e uma amiga saíam de um espaço de eventos localizado na avenida Raja Gabáglia e estavam prestes a embarcar no carro da vítima, estacionado na via, quando o veículo do acusado a atropelou e a arremessou de encontro a outro carro estacionado em frente ao dela.
Ainda conforme a denúncia, a vítima, que caiu entre os dois veículos, sofreu politraumatismo e, ao ser atendida pela equipe do Samu, teve o óbito constatado.
A denúncia do MPMG revelou que o impacto do corpo da vítima foi tão forte que causou danos ao veículo que estava estacionado em frente ao dela e também na BMW do acusado, que evadiu do local sem prestar socorro.
Cerca de uma hora depois do atropelamento, o acusado compareceu a uma base comunitária da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), localizada na região da Savassi, para fazer uma comunicação falsa de crime, alegando ter sido vítima de agressão por parte de flanelinhas.
Durante o registro dessa ocorrência, tendo em vista os relatos confusos e os sinais de embriaguez do condutor e pelos relatos dos flanelinhas, procurados pelos militares, que afirmaram ter ouvido o motorista e outros dois homens conversando sobre um atropelamento, os policiais consultaram o Centro de Operações Policiais Militares (Copom) da PMMG. Eles constataram o registo de um acidente envolvendo um veículo com características semelhantes ao do advogado que estava tentando registrar a ocorrência na Savassi.
O perito da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) que atendia ao chamado do atropelamento na avenida Raja Gabáglia se deslocou à base da PMMG na Savassi e constatou que as características do veículo do advogado eram compatíveis com as relatadas por uma testemunha. Além disso, uma palheta de limpador de pára-brisas encontrada no local do acidente era compatível com o modelo da BMW. No automóvel do advogado, faltava uma palheta.
Diante desses indícios, foi oferecida ao motorista a oportunidade de realizar o teste do bafômetro, que deu positivo para embriaguez. Também foi encontrada, dentro do veículo, uma garrafa de vodca. Com isso, os militares deram voz de prisão em flagrante ao condutor.
A denúncia do Ministério Público, assinada no dia 6/11, se baseou na conclusão do inquérito policial que informava que, no dia 28/2 de 2022, o denunciado conduziu seu veículo por diversas ruas da capital, durante a madrugada, com a capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool. Segundo o MPMG, após atropelar a vítima Cássia Gomes Chaves, o acusado fugiu em alta velocidade do local dos fatos, trafegando, ao menos, até as adjacências da Praça Diogo de Vasconcelos, na Savassi.
Por essa razão, o MPMG denunciou o acusado pelos crimes de homicídio qualificado, cometido por meio cruel ou que expôs outras pessoas a perigo, e embriaguez ao volante.
A defesa do acusado tem 10 dias para apresentar a defesa preliminar. Também foram requisitadas cópias de laudos e documentos utilizados na elaboração do inquérito, a pedido do MP.
O juiz determinou ainda que o Ministério Público se manifeste sobre o pedido de segredo de Justiça solicitado pela defesa do acusado.
Fonte: https://www.tjmg.jus.br/portal-tjmg/noticias/justica-acata-denuncia-contra-motorista-por-embriaguez-e-homicidio-8ACC82199A5F627A019A74F61EF92D25-00.htm